Quando temos algo a resolver, nossa tendência é focar no problema. Questionamos o que deu errado ou por que não deu certo. Essa abordagem pode funcionar em diversas situações, especialmente nas mais simples. Porém, nas mais complexas, focar no problema pode tornar as coisas ainda mais complicadas ou nos levar a desenvolver um padrão de pensamento repetitivo e improdutivo.
Concentrando-se apenas nos aspectos negativos, você alimentará o cérebro com uma série de estímulos contraproducentes. Entre eles, a ênfase nos pontos fracos, nos erros e no que não funciona, além do foco no que consideramos ser incapacidade, limitações e impossibilidades.
Esse padrão de atitude mental resultará em aumento do stress e da ansiedade, sentimento de fracasso e de impotência, além de preocupação constante e a sensação de estar num beco sem saída.
Ao nos colocarmos nesse estado, fica muito mais difícil ter foco, clareza e objetividade para enxergarmos as soluções. Focar em soluções não significa ignorar o problema, mas sim abordá-lo de um modo mais positivo e produtivo. Fazemos isso quando seguimos os seguintes procedimentos:
- – Verificar o que está funcionando e o que podemos aprender com isso para utilizar em outras situações; concentrar-se nos pontos fortes e em como tirar mais proveito deles
- – Enfatizar desafios, oportunidades e ganhos em vez de problemas, riscos e perdas
- – Focalizar o presente e o futuro em vez do passado. Isso equivale a trocar “o que eu deveria ter feito” por “o que eu posso fazer daqui para frente”.
Além disso, com foco nas soluções, você consegue:
- – Trocar a preocupação pela ação
- – Adotar uma postura muito mais proativa
- – Aumentar a crença em sua capacidade de realizar
- – Elevar a autoestima, a autoconfiança e automotivação
- – Aprimorar sua habilidade de resolver problemas de um modo mais rápido, eficaz e criativo.
O importante é saber o que se pretende atingir, e não o problema. Ao identificar aquilo que você quer mudar em sua vida, o foco em soluções o estimula a construir uma visão de seu futuro ideal, em vez de lidar com um passado que não pode ser mudado.
Tomada de decisão
Para ajudar na hora da tomada da decisão, listo abaixo 10 passos para resolução de problemas:
1º passo: Definir o problema e suas características. Isto significa descrever no jeito mais empírico os conceitos da situação problema.
a) Conhecimento?
b) Habilidades, comportamento, pensamentos, sentimentos?
2º passo: Investigar o que realmente está causando a situação ou o problema.
a) É pessoal?
b) É com a equipe?
c) É relacionado à organização?
3º passo: Quais serão os critérios de avaliação das soluções? Quais seriam as mudanças concretas que, uma vez realizadas, fariam afirmar que o problema foi resolvido. Portanto, definir o objetivo.
a) O que acontecerá?
b) O que não acontecerá?
c) O que mudará?
d) Em qual período de tempo?
4º passo: Gerar soluções potenciais para o problema. Existem quatro técnicas para estimular o foco em soluções:
a) Imaginar que o problema desapareceu
b) Identificar o que mudou
c) Explorar as diferenças
d) Identificar os passos para chegar ao futuro ideal e implementar um plano de ação
5º passo: Selecionar a melhor ou as melhores soluções
6º passo: Avaliar as soluções que falharam
7º passo: Investigar os potenciais obstáculos para implementar essas soluções
8º passo: Entrar em acordo quanto ao plano de ação
9º passo: Acompanhar a implementação do plano de ação
10º passo: Monitorar, rever o progresso do plano e, finalmente, mensurar os resultados
Parece trabalhoso seguir os passos e as orientações dessa forma, mas, somente analisando ponto a ponto e por meio dessa sugestão de roteiro, vamos conseguir reprogramar nossa mente para que tenhamos resultados mais satisfatórios na resolução de problemas. Ao invés de ficarmos sempre insistindo na mesma tecla, as técnicas de “problem solving” ajudam a reorganizar nosso cérebro de maneira mais eficaz e, assim, evitamos que fiquemos travados e sem produzir mais.
Bibianna Teodori