Sofia Esteves, a fundadora do Grupo DMRH, explica porque as empresas júnior são uma ótima ferramenta para o autoconhecimento e uma boa porta de entrada para o mercado.
Não é novidade para ninguém que a faculdade, sozinha, não ensina tudo o que os jovens precisam para botar de pé uma carreira de sucesso. Assim, a experiência fora da sala de aula é uma ótima forma de já ir se preparando para os desafios do mercado de trabalho. No texto a seguir, Sofia Esteves, fundadora e presidente do conselho do Grupo DMRH e da Cia de Talentos, explica porque a passagem por uma empresa júnior torna-se um diferencial competitivo:
Estar pronto para o mercado de trabalho não é tarefa fácil, principalmente quando ainda temos um hiato entre a teoria universitária e a prática, o dia a dia. É exatamente por isso que eu acredito que a melhor forma de um estudante começar a sua carreira é apostando na prática.
Aprender fazendo é muito importante e isso pode ser feito por meio de estágios ou do ingresso nas empresas juniores das faculdades.
A empresa júnior é uma excelente porta de entrada para o mercado profissional, pois ela proporciona uma experiência enriquecedora ao permitir que o jovem coloque em prática o que aprendeu na sala de aula, além de possibilitar que ele desenvolva e descubra características profissionais que desconhecia.
No Brasil, essas empresas formadas e geridas por estudantes já existem há 50 anos e elas estão presentes em todos os estados brasileiros, sendo que cerca de 90% delas estão em instituições de ensino público federais ou estaduais.
Hoje, há 15 mil jovens profissionais distribuídos por 447 empresas juniores, segundo dados da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior).
Nessas empresas, os universitários desenvolvem e vendem soluções para organizações, principalmente para micro e pequenos negócios, que já estão no mercado, além de atuarem também em projetos sociais.
No final de 2016, as empresas júniores fecharam o ano com 4882 projetos concluídos e uma movimentação de R$ 11,1 milhões de faturamento, segundo informações da Brasil Júnior. Esse dinheiro costuma ser revertido em capacitação para os integrantes, melhorias na infraestrutura universitária, além de ser destinado a manter o próprio negócio.
[Sofia Esteves / Divulgação: Cia de Talentos]
Passar por essa experiência pode ser altamente enriquecedor, afinal, durante essa trajetória, é possível traçar um plano de carreira, que vai do cargo de trainee à presidência. E o mais interessante de tudo: quem faz acontecer são os estudantes, sem intervenção dos professores.
Já comprovamos que os universitários que participam de entidades estudantis possuem um desempenho muito melhor nos processos seletivos de estágio e trainees, tendo um índice maior de aprovação do que seus colegas que não viveram essa experiência.
Nos primeiros anos de universidade quando a maior parte ainda não consegue estagiar em empresas do mercado, essa é uma excelente alternativa para desenvolver as habilidades comportamentais e técnicas que vão ajudar na carreira.
Eu indicaria fortemente que os universitários se interessassem mais em fazer parte dessas frentes que, inclusive, são excelentes também para micro e pequenos empreendedores que precisam de uma ajuda profissional, porém, não dispõem de verbas muito altas. Para ambos os lados – estudantes e empreendedores – eu diria que essa é uma investida que vale muito a pena.
Fonte: Portal EXAME.com.