As relações de trabalho estão passando por profundas transformações por conta da revolução digital e suas inovações. O assunto foi discutido em um dos painéis desta sexta-feira (06/10) do evento Rethink Business Brasil 2017, sem seu segundo e último dia, em São Paulo.
Participaram do debate Daniela Klaiman, co-fundadora da Unpark e WinWin, David Ruiz, gerente de inovação da Cartão Elo, Felipe Barreiros, CEO da MasterTech, e Lucas Mendes, diretor da WeWork. Segundo os empreendedores, essas são as principais tendências para o futuro do mercado de trabalho.
1. Adeus, escritório
A figura do funcionário que fica oito horas (ou mais) por dia dentro de um prédio corporativo deverá desaparecer com o tempo. Segundo Daniela Klaiman, especialista em futurismo, isso já está acontecendo. “Estamos vendo muitos profissionais saindo das empresas e exercendo funções autônomas, ou trabalhando em diversas companhias ao mesmo tempo. Eles querem se plugar a novas pessoas e exercer diferentes funções em mais de um local”, diz. Um exemplo disso são os espaços de coworking, ambientes compartilhados em que diferentes profissionais convivem e trocam ideias. Segundo levantamento realizado em 2016 pelo projeto Coworking Brasil, já existem mais de 370 coworking espalhados pelo país.
2. Fim da verticalização
A ideia de hierarquia no trabalho ficará obsoleta. Deve crescer o modelo horizontal e em forma de rede. Nesse formato, a evolução do funcionário dentro do ambiente de trabalho acontecerá dentro de seu escopo.
3. Novas funções
“Até 2030, 50% dos empregos que conhecemos hoje deixarão de existir. Isso vai acontecer porque estamos vivendo a segura era de automatização – dessa vez, extrema”, afirma Daniela. Nesse cenário, será fundamental criar profissões que apenas o ser humano é capaz de realizar.
4. Contato com o time
Apesar das inovações que permitem o home-office, ou o trabalho em qualquer lugar, o contato com time ainda será primordial. “Faz toda a diferença ter toda a equipe reunida e trabalhando no mesmo local. A tecnologia é essencial, mas o contato físico também”, diz Mendes, da WeWork. “Oferecemos a possibilidade do trabalho remoto, mas nossas micro reuniões e interações fazem com que a equipe acelere muito”, afirma Barreiros, da MasterTech.
5. Solução de problemas
A característica essencial do funcionário do futuro não será a capacidade de programar, como pensam alguns. Ele deverá ser capaz de resolver problemas que as máquinas não resolvem. “Precisaremos de hardware, e não de software. É essencial ter alguém capaz de solucionar questões complexas para a empresa”, diz Barreiros.
O comportamento pesará no recrutamento, segundo Mendes. “Durante a revolução agrícola, esperava-se que o indivíduo tivesse força. Durante a revolução industrial, o funcionário precisava ter disciplina. Conforme caminhamos para a automatização, essas habilidades não serão mais necessárias. O que sobra são as características propriamente humanas”, afirma o diretor da WeWork. Ruiz, da Cartão Elo, também falou sobre a tendência: “Esse avanço tecnológico que estamos vendo vai permitir que nós nos dediquemos mais às funções humanas, como criatividade, senso crítico e colaboração”.
6. Transmissão do propósito
Saber transmitir a missão do negócio para à equipe é fundamental. “Se o empreendedor não consegue encontrar um propósito e passá-lo para os profissionais da empresa, é muito difícil desenvolver seu time. Se os funcionários vão trabalhar todo dia apenas para pagar as contas no final do mês, isso pode ser fatal”, diz Barreiros. Mas, para engajar o funcionário em uma causa, o empreendedor deve estar envolvido com ela. “O diretor deve acreditar em sua missão. Só assim ele pode engajar as pessoas”, afirma Ruiz.
7. Aposta na diversidade
As empresas devem se esforçar para criar uma equipe diversa, com pessoas de diferentes idades, raças, gêneros, religião e ideologias. “Só assim os funcionários aprendem a conhecer o ponto de vista do outro e desenvolvem habilidades de relacionamento”, diz Daniela.
*Artigo publicado originalmente no portal PEGN