Os atuais esforços corporativos não são suficientes. Os stakeholders exigem mais.
A mudança climática é emergência global. Ela ameaça lavouras, fornecimento de água, infraestrutura e meios de subsistência. Prejudica a economia de forma geral e o resultado final do balancete das empresas hoje, e não num futuro distante.
Nos últimos anos, a AT&T gastou US$ 874 milhões em reparos depois de desastres naturais que a empresa associa à mudança climática. A Swiss Re, gigante de seguros, está amargando o aumento de pagamentos de apólices de danos causados por eventos climáticos extremos — US$ 2,5 bilhões a mais do que o previsto para 2017 —, tendência esta que o CEO Christian Mumenthaler atribui ao aumento das temperaturas globais. Se não dermos caráter de urgência no trato com as questões climáticas, observa Mark Carney, diretor do Banco da Inglaterra, haverá falência das organizações e maior probabilidade de colapso econômico sistêmico.
Os líderes corporativos estão finalmente percebendo a gravidade do problema. Praticamente todas as grandes empresas têm planos bem elaborados para reduzir as emissões de carbono e estão tomando as devidas providências. Mas dada a escalada da crise e o ritmo com que ela evolui, os esforços são lamentavelmente incipientes. Os relatórios críticos das Nações Unidas de 2018 e 2019 destacam dois itens: (1) Para evitar algum dos piores resultados das mudanças climáticas, o mundo precisa reduzir as emissões de carbono em pelo menos 45% até 2030 e eliminá-las definitivamente em meados do século. (2) Os planos e compromissos do governo americano atual nem remotamente nos colocam nesse caminho. As emissões não param de aumentar.
Países, cidades e empresas têm de seguir simultaneamente dois caminhos: reduzir as emissões radicalmente (mitigação), investir em resiliência e ao mesmo tempo se preparar para uma grande mudança (adaptação). Meu foco aqui é a mitigação, porque somente a adaptação — criar muros cada vez mais altos para se proteger dos oceanos e subir a temperatura do ar-condicionado quando o lado de fora se tornar insuportável — não nos salvará. Se permitirmos que as mudanças climáticas destruam os ecossistemas vegetais e animais dos quais dependemos, não haverá substituição. A boa notícia é que as organizações têm enorme potencial para reduzir ainda mais as emissões, mais rápido, e com lucro.
Se a principal questão para as empresas ainda fosse “que devemos fazer para cortar as emissões e ao mesmo tempo criar valor no curto prazo?”, saberíamos a resposta: reduzir o carbono de indústrias altamente poluentes e em operações, transportes e edifícios; comprar muita energia renovável, o que é estrategicamente inteligente porque ela é a concorrente dos combustíveis fósseis há anos; diminuir o desperdício, principalmente em setores críticos como indústria de alimentos e agricultura; expandir o uso de modelos de negócio circulares que minimizem o uso de recursos; incorporar as métricas da mudança climática aos sistemas corporativos e aos principais indicadores de desempenho; e muito mais. Novamente, a maioria das empresas começou a aproveitar essas oportunidades “básicas” e deve adotá-las à medida que aumentam as compensações. Então, vamos supor que elas as adotem. E depois?
Dada a urgência, precisamos fazer estas perguntas difíceis: Que providências as empresas podem tomar com seus enormes recursos? Que capital — financeiro, humano, político e de marca — as empresas podem aproveitar?
Com minha experiência de 20 anos em consultoria para corporações globais em questões climáticas, pude elaborar três ações que as empresas precisam praticar agora para efetuar mudanças profundas:
- utilizar a influência política para exigir políticas climáticas agressivas no mundo todo;
- empoderar fornecedores, clientes e funcionários para que efetuem as mudanças;
- repensar investimentos e modelos de negócio para eliminar resíduos e carbono em toda a economia.
Essas ações podem parecer pouco naturais para alguns executivos, uma vez que parecem sobrepor interesses maiores aos lucros imediatos dos acionistas. Mas a maré está mudando na própria ideia de primazia do acionista. As 200 maiores multinacionais instaladas nos Estados Unidos declararam recentemente à Business Roundtable que seu foco já não será apenas os acionistas ou o lucro de curto prazo. Estamos num momento crítico em que a crise climática impõe a sólida conscientização da finalidade social das empresas. Acredito que é preciso vontade para levar a efeito esta profunda mudança.
O QUE NOS CABE
Antes de nos aprofundarmos nas três áreas de mudança, é justo perguntar por que alguma empresa se comprometeria com iniciativas tão desafiadoras e talvez arriscadas. Um argumento é macrossocial e o outro é microeconômico. O primeiro é direto: as empresas necessitam de pessoas sadias e de um planeta viável. Com mudanças climáticas dispendiosas e descontroladas no horizonte, elas têm urgência econômica e responsabilidade moral de fazer tudo o que puderem para garantir a prosperidade mundial. Como Paul Polman, ex-CEO da Unilever, observa, “as empresas não podem ser meros espectadores num sistema que simplesmente lhes garanta a sobrevivência”. E não esqueçamos que, mesmo quando elas perseguem seus próprios interesses, muitos executivos fazem apenas o que acreditam ser o certo, o que pode ou não compensar — desde não vender mais armas semiautomáticas na Dick’s Sporting Goods e no Walmart, até financiar programas para reduzir a falta de moradia em seu entorno, como fazem Apple e Microsoft.
O argumento microeconômico, no entanto, geralmente é subestimado. Os stakeholders, sobretudo consumidores e funcionários, exigem padrões cada vez mais altos das empresas onde trabalham ou das quais compram. Ano após ano os clientes empresariais exigem dos fornecedores mais desempenho em sustentabilidade. Os clientes estão buscando marcas sustentáveis: de 2013 a 2018, 50% do crescimento das vendas de bens de consumo foi o resultado da comercialização sustentável desses mesmos bens; e uma pesquisa global da Deloitte mostra que até 87% da população com menos de 40 anos — em cinco anos os millennials constituirão 75% da força de trabalho mundial — acredita que o sucesso das empresas deveria ser medido por outros parâmetros que não os financeiros apenas. E nove em dez membros da geração Z concordam que as empresas têm a obrigação de se envolver nas questões sociais e ambientais.
Elas estão sendo pressionadas diretamente por seus funcionários a ser mais atuantes em questões climáticas, em especial no setor de tecnologia. Em manifestações públicas, o pessoal da Google pediu a seus executivos que cortassem relações com empresários que negam os efeitos das mudanças climáticas. Os funcionários da Microsoft fizeram passeata em protesto contra a “cumplicidade da empresa na crise climática”. Em carta aberta ao CEO da Amazon, Jeff Bezos, mais de 8.700 funcionários fizeram várias reivindicações, como o desenvolvimento de um plano para zerar as emissões e a cessação de doações a políticos que negam os referidos efeitos. A iniciativa certamente teve papel importante na decisão de Bezos de promover um plano ambicioso para zerar a produção de carbono até 2040 e comprar 100 mil carros elétricos.
Em virtude de pressões como estas e de nefastas previsões tanto de especialistas em clima como de instituições globais como as Nações Unidas, os esforços corporativos de reduzir as emissões tornam-se prioritárias — algo que toda empresa precisa fazer para ser respeitada pelos funcionários e consumidores. E o que é considerado prática comum e aceita, independentemente do retorno sobre o investimento no curto prazo, pode mudar com rapidez. Imagine se ninguém pudesse provar o valor da diversidade e da inclusão quando as empresas se debruçaram pela primeira vez sobre o tema. Agora os resultados são muito bons — mas antes disso as regras tiveram de mudar.
Eu mesmo testemunhei como isso pode se desenrolar no que diz respeito às questões de sustentabilidade. Há aproximadamente seis anos, defendi em meu livro The big pivot o estabelecimento de metas de redução de emissões com base em informações científicas. Na época, praticamente nenhuma empresa se preocupava com o assunto, e eu discuti com várias que se perguntavam por que estabeleceriam metas não exigidas por lei. Agora, graças à pressão dos pares — e porque são racionais —, essas metas são o padrão das grandes empresas: aproximadamente 750 estão inscritas — e mais de 200 se comprometem a usar exclusivamente energia renovável. Elas passaram de “Por que deveríamos?” para “Você ficará para trás se não o fizer”.
As primeiras empresas a tentar as estratégias de sustentabilidade mais inovadoras geralmente são B-Corps (empresas que, além do retorno aos acionistas, devem garantir benefícios para a sociedade e para o meio ambiente) ou orientadas para o propósito, como Patagonia e IKEA, que se mostram mais dispostas a experimentar. Grandes empresas de capital aberto estão apenas molhando os pés na água, enquanto as menores mais ágeis e com foco em sustentabilidade assumem a liderança. Estas são exemplares, pois nas últimas décadas as grandes empresas começaram a imitá-las — ou simplesmente comprá- las. Para mitigar os piores efeitos das mudanças climáticas, é preciso a rápida adesão de mais e mais empresas.
Voltemos agora às três ações mais abrangentes que todas as empresas, grandes ou pequenas, devem praticar.
USE A INFLUÊNCIA POLÍTICA PARA O BEM DO CLIMA
Dada a gravidade da crise climática, as empresas, isoladamente, não a resolverão. Mas elas possuem uma ferramenta poderosa além de suas próprias práticas e produtos: ampla e profunda penetração nos meandros do poder político. No mundo todo, mas principalmente nas economias de mercado, as empresas exercem enorme influência sobre governos e políticos. Por meio de doações de campanha e gastos praticamente ilimitados com propaganda política, a agenda corporativa consegue ter voz na sociedade. Como as empresas devem usar esse poder?
Tradicionalmente, as relações entre governos e empresas se destinavam a reformular ou combater as regulamentações. Mas, nos últimos anos, muitas empresas apoiaram, pelo menos superficialmente, algumas políticas climáticas. Centenas de multinacionais em operação nos Estados Unidos assinaram declarações como “We are still in” (somos persistentes, em tradução livre) e a recente “Unidos pelo Acordo de Paris” para que o mundo soubesse que elas se comprometeram a reduzir suas emissões conforme proposto pelo Acordo de Paris e para deixar claro seu desejo de que o governo americano não desistisse apesar dos anúncios em contrário. Outro grupo de grandes empresas convocou o mundo a manter o aquecimento em até 1,5 grau Celsius. Signatários surgiram dos mais diversos setores e locais do planeta: Suécia (Eletrolux), Japão (ASICS), Índia (Mahindra Group), Suíça (Nestlé), Alemanha (SAP).
Mas só declarações não bastam. As empresas precisam exercer influência nas políticas que levarão à redução de carbono no futuro, e os executivos seniores fazerem-se presentes. Sem ações coletivas do governo, temos poucas chances de evitar os resultados assustadores das mudanças climáticas. A indústria de combustíveis fósseis exerceu forte influência durante décadas nas políticas climáticas das capitais mundiais, e por um bom motivo: as políticas que se propunham reduzir as emissões representaram uma ameaça à subsistência das empresas. Elas precisam entender, de uma vez por todas, que a mudança climática, que pode sair do controle sem políticas bem formuladas, é uma ameaça existencial para seus negócios.
A maioria das empresas de combustíveis não fósseis se envolve somente em dias de encontro de lobbies especiais organizados por entidades como Ceres (Conselho Americano de Empresas Sustentáveis) e Líderes Empresariais do Clima. É óbvio que tais encontros são importantes, mas os próprios grupos reconhecem que é pequeno o número de grandes empresas com foco nas ações climáticas. Como revelou Joe Britton, ex-chefe de staff do senador americano Martin Heinrich, esses “voos planejados” temporários são melhores que nada, embora sejam ofuscados pelo enxame diário de lobistas dos combustíveis fósseis. Em resposta, Britton renunciou ao cargo para criar uma nova organização de lobby, e dessa forma enviar uma consistente e completa mensagem política do Congresso relativa ao clima.
Existe uma grande desarticulação entre o que as empresas dizem sobre seu comprometimento no combate às mudanças climáticas e o que seus representantes — as associações comerciais, ou até seu próprio pessoal relacionado com o governo — reivindicam de fato. À medida que aumenta a transparência, as empresas devem se preocupar com qualquer falha entre seus compromissos com a sustentabilidade e seus lobistas. Uma ONG australiana, a LobbyWatch, está interpelando gigantes da mineração, BHP e outras, por causa dessa desconexão. E a ONG influencemap.org, do Reino Unido, está monitorando a atividade de lobby corporativo em questões climáticas em centenas de empresas e revelando ao público toda a hipocrisia.
Para os líderes, o lobby agressivo do clima não é apenas aparência. Ele cria vantagem competitiva. Se 100% da energia que você usa provém de combustíveis renováveis, despesas com o carbono não afetarão muito sua estrutura de custos. E quem fabrica produtos ou fornece serviços que ajudam a reduzir as emissões pode se beneficiar de um controle mais rigoroso das emissões de carbono. Essa é certamente uma razão que levou a Siemens, da Alemanha, com seu portfólio de produtos que melhoram a eficiência da energia, a afirmar que sua principal meta de comprometimento político é “combater a mudança climática”.
Hugh Welsh pode atestar isso. Ele é presidente nos Estados Unidos da DSM, grande empresa holandesa fornecedora de alimentos e de produtos e soluções para a vida sustentável. Por muitos anos Welsh trabalhou para que, nas questões climáticas, a voz das empresas fosse ouvida nos corredores do poder político. Ele afirma ser movido por dois motivos: princípio e pragmatismo. Sobre o primeiro, ele afirma: “Ao longo de dez anos como presidente, desenvolvi capital político. Posso usá-lo simplesmente em assuntos estratégicos da empresa, mas também para melhorar o mundo”. Sobre o último, ele observa que a DSM atende diversos mercados de produtos com foco na sustentabilidade. Daí por que a proatividade no que tange à sustentabilidade e a políticas climáticas se encaixa em sua estratégia.
Quando Welsh argumenta com executivos, líderes e grupos comerciais céticos — como a recalcitrante Câmara de Comércio Americana, onde trabalhou dois anos tentando reverter sua posição em questões climáticas —, ele lhes diz: “Se sua posição não evoluir, vocês ficarão no lado errado da história, perderão parceiros e serão abandonados pelos clientes”.
Então, que políticas as empresas devem defender? Para que o mundo futuro tenha baixo carbono, é preciso que em algumas áreas importantes os planos sejam audaciosos: precificar o carbono e mobilizar capital em prol de sistemas de baixo carbono; melhorar rapidamente os padrões de desempenho; eliminar antigas tecnologias visando consumidores de
energia como carros e edifícios; enfatizar a transparência e empenhar-se para aplacar o sofrimento humano.
Essas prioridades se aplicam à maioria dos países, mas é claro que a formação política e as relações entre empresas e governo variam muito de um país a outro. As abordagens em economias de comando e controle devem ser diferentes das abordagens de sistemas capitalistas tentaculares.
As políticas podem demorar anos para surtir efeito, por isso são urgentes. Já está na hora de as empresas usarem sua poderosa influência política para apoiar proativamente leis que encareçam produtos e opções de alto carbono, mobilizar capital em prol de tecnologia limpa, favorecer as mudanças de sistema e ajudar na adaptação e nos custos envolvidos.
FORTALEÇA AS RELAÇÕES COM OS STAKEHOLDERS
Simultaneamente, as empresas devem exercer seu outro superpoder: a enorme influência sobre parceiros da cadeia de valor e as excelentes relações com clientes e funcionários. Grandes empresas de produtos de consumo como a P&G e Unilever costumam se gabar, e com razão, por atender a bilhões de pessoas diariamente. Mais de 275 milhões frequentam semanalmente a rede Walmart. Empresas como estas empregam centenas de milhões de pessoas. E com quase US$ 33 trilhões de receita entre as empresas listadas pela Fortune Global 500 é normal imaginar que muitos trilhões vão para os fornecedores. Imagine se as empresas usassem este trunfo, este seu poder de compra e todo o seu arsenal de publicidade para catalisar, nas empresas e na sociedade, todos os movimentos em prol das mudanças climáticas.
Fornecedores. Nos últimos anos as corporações intensificaram a pressão sobre seus fornecedores para que operassem da forma mais sustentável possível. Grandes compradores querem ver progresso — apoiados por dados — nas pegadas de carbono dos fornecedores, na utilização de recursos, direitos humanos, desempenho profissional e muito mais. General Mills, Kellogg, IKEA e Hewlett Packard Enterprise criaram para seus fornecedores metas de carbono baseadas em dados científicos. Outras empresas como GSK, H&M, Toyota e Schneider Electric, se comprometeram a zerar as emissões de carbono ou até torná-las negativas (eliminando mais carbono do que produzem) em toda a sua cadeia de valor até 2040 ou 2050.
Comprometimentos como esses estão se tornando comuns. Que mais podemos fazer? Que estão fazendo as empresas que ultrapassam as fronteiras para promover a mudança? Eu vejo uma liderança climática na futura cadeia de suprimentos em três áreas importantes: fornecimento de capital, promoção da inovação e da colaboração, e utilização do poder de compra para escolher fornecedores conforme seu desempenho nas emissões.
Auxílio financeiro e capital. Tornar sustentáveis as empresas é lucrativo, mas requer investimentos e capital. As que pedem aos fornecedores que mudem a forma como gerenciam seus negócios prestam um excelente serviço, principalmente se estes são players menores. Em meados de 2018, depois de chegar a 100% de energia em suas próprias operações, a Apple criou um fundo de reserva de US$ 300 milhões, o Fundo de Energia Limpa da China, para ajudar os fornecedores a comprar 1 gigawatt de energia renovável, e em 2019 as primeiras grandes fazendas eólicas financiadas pelo fundo tiveram aumento de produção. De forma similar, recentemente a IKEA ofereceu € 100 milhões para ajudar os fornecedores diretos a fazer a mudança. Em outra abordagem inovadora, a Ingersoll Rand (mais conhecida por suas marcas Thermo King e Trane), empresa industrial com a qual trabalho, financiou um grande projeto de energia renovável e depois convidou os fornecedores a compensar suas emissões comprando parte da energia produzida. E além de incentivarem o uso de energias renováveis, alguns executivos, como os da Levi’s e Walmart, operam com o HSBC e outros bancos para fornecer taxas de juros mais baixas aos fornecedores com bom desempenho em sustentabilidade.
Inovação conjunta. Recentemente, ouvi o chefe de compras da Ingersoll Rand dizer a centenas de fornecedores que sua empresa não selecionaria mais os fornecedores com base em preço e qualidade apenas. Segundo ele, agora eles precisarão inovar junto com a empresa para aumentar a eficiência de energia-carbono de seus produtos. Esta é uma excelente forma de promover a inovação da cadeia de valor, e o impacto poderá ser ainda maior se houver ampla colaboração intersetorial.
Observe que a Walmart e a Target, que são concorrentes tradicionais, trabalharam juntas com a ONG Fórum para o Futuro (de cujo conselho eu participo) para criar o Projeto de Sustentabilidade da Beleza e Higiene Pessoal — forma criativa de melhorar a pegada ambiental e social de todos os produtos de cuidado e higiene pessoal. Elas reuniram grandes empresas de produtos de higiene e limpeza como a P&G e a Unilever e seus fornecedores de produtos químicos para repensar os ingredientes, embalagens e outros itens e assim reduzir o impacto na saúde e no ambiente. A Apple mergulhou fundo na sua cadeia de suprimentos para tornar seus produtos tecnológicos onipresentes com baixo carbono, incluindo um empreendimento de risco com a Rio Tinto e a Alcoa para desenvolver e comercializar um processo de fundição de alumínio de baixo custo com baixíssimas emissões de gases do efeito estufa.
Poder de compra. Durante muitos anos a maioria das empresas não se importou em trabalhar com fornecedores menos comprometidos em melhorar seu desempenho em sustentabilidade. Mas o mundo já não pode dar-se ao luxo de esperar pelos retardatários. As empresas devem desvencilhar-se deles e comprar de fornecedores que operam com baixo carbono — quase sempre têm melhor gestão. A VF Corporation, que engloba marcas como Vans e The North Face, deixou de comprar couro do Brasil porque as políticas governamentais do país encorajavam o desmatamento de florestas.
As varejistas deveriam tornar o desempenho de carbono uma prioridade na hora da compra. Durante anos, algumas megavarejistas tradicionais como Walmart e Target pressionaram os fornecedores para tornar seus produtos mais sustentáveis, mas teriam feito melhor se tivessem dado apoio a quem produzisse menos emissões em suas operações ou em seus produtos. Por exemplo, dedicar terminais ou áreas especiais de promoção de negócios em benefício dos fornecedores com menos emissões de carbono e ao mesmo tempo satisfazer a demanda crescente dos consumidores por produtos verdes. É vantajoso para todos, mas ainda não é prática usual.
Consumidores. O mais importante é que as empresas ajudem, como já vêm fazendo, os consumidores a reduzir as emissões de carbono desenvolvendo e oferecendo produtos que lancem menos emissões em todo o seu ciclo de vida. Estamos assistindo a uma grande inovação e a uma onda de interesse dos consumidores por produtos com menor pegada de carbono nos maiores setores de emissão de carbono: veículos elétricos no setor de transportes; aquecimento, refrigeração e iluminação eficiente nos edifícios; e proteínas alternativas saborosas nos alimentos e na agricultura.
Produtores e varejistas estão trabalhando para aumentar o uso de material reciclável e reduzir a quantidade de material utilizado em embalagens — até chegar a zero em alguns casos. Um grupo de varejistas britânicos, por exemplo, uniu-se para mudar a forma como alguns produtos saem da loja. Os consumidores são incentivados a encher seus próprios recipientes e sacolas com detergente líquido e xampu e com mantimentos secos (grãos, feijão, farinhas e frutas secas). Algumas empresas vão além com respeito a certos produtos: depois de tornar cada ladrilho de seu protótipo de piso com emissão negativa de carbono, a Interface explica, “há menos dióxido de carbono na atmosfera agora do que se ele simplesmente não tivesse sido fabricado”.
Mas as empresas precisam tornar os produtos como estes mais populares e depois ir além dos impactos diretos de seus produtos sobre os consumidores para promover uma mudança mais profunda. Veja como:
Ajude os clientes a consumir menos e a se mobilizar. Uma ação bastante arrojada que as empresas podem adotar para envolver os consumidores no ativismo climático é encorajá-los a reduzir o consumo. A Fritag, empresa sediada em Zurique que produz sacolas com material reciclado, incentiva-os a trocar sacolas entre si. E a sempre radical Patagonia ensina seus clientes a consertar a própria roupa para não precisar comprar novas peças. Ambas as empresas correm o risco de vender menos, mas estão construindo marcas confiáveis, com seguidores fiéis. Desencorajar o consumo em nada prejudicou a Patagonia: suas vendas quadruplicaram na última década, chegando a aproximadamente US$ 1 bilhão. Como se isso já não fosse suficiente, a empresa está aproveitando a confiança conquistada para incentivar os consumidores a interagir com grupos ambientais da Europa e dos Estados Unidos por meio da iniciativa Patagonia Action Works.
Use a comunicação para educar e inspirar os consumidores. As empresas podem utilizar eficientemente dois canais para promover discussões sobre o clima: embalagem e publicidade. Como? A sueca Oatly, por exemplo, que fabrica a bebida à base de aveia, informa sobre emissões de carbono em suas embalagens e chama a atenção dos consumidores para os benefícios climáticos de alimentar-se com produtos de origem vegetal. No lançamento de um novo sabor de sorvete, a Ben & Jerry fez constar na embalagem a mensagem “Save our Swirled” para aumentar a conscientização sobre o Acordo de Paris, firmado em dezembro de 2015. A IKEA pesquisou os hábitos de mais de 14 mil consumidores em 14 países para descobrir a melhor forma de usar a propaganda no intuito de motivar as ações climáticas. Em meados de 2019, a empresa de produtos para o lar Seventh Generation doou espaço publicitário do programa Today, da NBC, para ajudar a promover o Movimento Climático da Juventude.
Atividades promocionais como essa viram norma graças a diversas iniciativas de colaboração. Lançado recentemente pela Sustainable Brands (de cujo conselho eu participo) — juntamente com alguns grandes nomes como PepsiCo, Nestlé Waters, P&G, SC Johnson e Visa —, o programa Brands for Good tem por objetivo tornar a vida dos participantes mais sustentável por meio de seu marketing e comunicação, e para isso ambiciona até mesmo transformar sua área de marketing.
Selecione com sabedoria os consumidores empresariais. As iniciativas descritas até aqui têm como foco os consumidores tradicionais. Mas as empresas precisam dedicar igual atenção aos seus clientes. Da mesma forma como agem com os fornecedores, devem excluir consumidores que não se preocupam com as mudanças climáticas ou, mais especificamente, que participam da economia de alto carbono. Bancos, empreendimentos de risco e fundos de participação privada, empresas de consultoria, escritórios de advocacia e outros fornecedores de serviços deveriam se questionar sobre quem eles estão apoiando. Ajudar empresas a ser “melhores” em extrair ou queimar combustíveis fósseis que emitem carbono é fazer o mundo girar na direção errada e inviabiliza qualquer redução de carbono almejada por empresas de serviço em suas próprias operações.
No mundo dos investimentos, um grupo de investidores com US$ 11 trilhões em ativos está liderando um movimento para acabar com os combustíveis fósseis. O fundo soberano de US$ 1 trilhão da Noruega também está retraindo investimentos em muitas empresas de gás e petróleo.
Outras empresas de serviços, como grandes consultorias e grandes escritórios de advocacia, que ainda trabalham com indústrias que produzem carbono intensivamente deveriam ajudar seus clientes a pivotar permanentemente para sobreviver. Isso significa apoiar as empresas de combustível fóssil a diminuir suas principais atividades nas próximas décadas e a mudar completamente seus portfólios e modelos de negócio para opções mais limpas. Igualmente, as empresas de tecnologia precisam pensar seriamente no assunto. Um dos motivos que levou os funcionários da Amazon a se rebelar foi o anúncio da empresa de que seus negócios na nuvem ajudariam as companhias de petróleo e gás a acelerar suas explorações. Os stakeholders continuarão a fazer perguntas para saber o que as empresas defendem e quem elas apoiam — e elas terão de responder.
Funcionários. Na batalha pelo talento, principalmente para os millennials e para a geração Z, as empresas terão de comprovar que eles são bons cidadãos. As pesquisas mostram consistentemente que as pessoas com menos de 40 anos querem trabalhar para empregadores que compartilhem seus valores. À medida que o plano de vida sustentável da Unilever ganhou força, em meados de 2010, ela se tornou a empregadora mais procurada de seu setor. Altos executivos com quem eu trabalhei na Unilever citam sua liderança em sustentabilidade como um fator decisivo para atrair e reter talentos. As empresas auferem benefícios, pois precisam do comprometimento e adesão de seus funcionários para atingir suas metas de sustentabilidade.
Com o intuito de reforçar essa relação, as empresas têm de incorporar a sustentabilidade e as ações climáticas a seus sistemas e estruturas comuns de incentivos — ou seja, remunerar todos os funcionários, dos executivos de nível de diretoria para baixo, e assim reduzir o carbono. Elas não revelam a porcentagem exata, mas as empresas mais comprometidas que observei vinculam pelo menos 25% dos bônus aos principais indicadores de desempenho em sustentabilidade (KPI, na sigla em inglês). Está na hora de aumentar o percentual.
As empresas podem ir ainda mais longe e apoiar proativamente os valores de seus funcionários ajudando-os a promover a mudança no mundo que os cerca. Algumas já fazem isso. Durante as eleições americanas de 2018, mais de 100 empresas, como Walmart, Levi Strauss, The Gap, Southeast Airlines, Kaiser Permanente e Lyft, uniram-se na iniciativa Time to Vote (Tempo para Votar, em tradução livre), que dava folgas aos funcionários para que cumprissem seu dever cívico. Algumas empresas até encorajam abertamente o ativismo climático. Ao perceber que a “emergência climática” era uma grande preocupação de seus funcionários, a Lush, varejista de cosméticos de US$ 1 bilhão, fechou 200 lojas nos Estados Unidos para permitir que os funcionários participassem de marchas pelo clima global em setembro de 2019. Um representante da empresa disse que, durante as marchas no Canadá, ela fechou 50 lojas e escritórios para serem ocupadas por 20 equipes de produção e apoio.
Também a Atlassian, empresa de software que mais cresce na Austrália e cuja capitalização de mercado é estimada em US$ 30 bilhões, encoraja seus funcionários a se tornar ativistas do clima. Como escreveu seu cofundador, Mike CannonBrookes, em seu blog “Don’t @#$% the planet”, a Atlassian oferece aos funcionários uma semana por ano para trabalhar em obras assistenciais como voluntários, e agora eles podem utilizar esse tempo para participar de marchas e greves. Cannon-Brookes quer que eles “prestem serviço voluntário para outros grupos sem fins lucrativos dedicados às questões climáticas”.
As pessoas querem trabalhar em empresas importantes. E querem igualmente a liberdade para expressar o que estas representam. Pergunte-lhes com o que se preocupam — principalmente as mais jovens — e ajude-as a viver seus valores.
REPENSE SEUS NEGÓCIOS
Flexionar o músculo político e repensar as relações com stakeholders é importante e exige rapidez, mas é hora de pensar grande, procurar novas possibilidades e questionar as principais ideias sobre consumo e crescimento econômico — ou seja, ir muito além da simples redução do consumo de energia e da compra de energias renováveis. Atualmente as possibilidades são inúmeras em tudo, desde diminuir o desperdício de alimentos até desenvolver modelos de negócio circulares que estejam sob o guarda-chuva da “estratégia climática”. Agora é o momento de repensar crítica e criativamente todos os produtos e serviços em cada setor: como são criados e usados, como reduzir ao máximo o carbono em cada etapa da cadeia de valor. Algumas etapas são táticas —, por exemplo, trabalhar com fornecedores ou clientes para reduzir suas emissões, como foi discutido. Mas em relação à estratégia, isso pode significar repensar completamente os investimentos e modelos de negócio das empresas. A seguir apresentamos algumas formas de fazer isso, em especial em duas áreas importantes.
Risco e investimentos. As empresas distribuem o capital, e seus investimentos assumem várias formas. Com algumas mudanças importantes no modo como elas encaram os financiamentos e investimentos, um capital muito maior poderia ser canalizado para atividades de baixo carbono.
Pense no retorno sobre o investimento. Na maioria das empresas, para conseguir financiamento interno, todo projeto precisa atingir uma taxa de retorno predeterminada (ou uma taxa mínima) que seria compensada com rapidez.
Esta abordagem do retorno sobre o investimento é incorreta. Normalmente ela mede o “R” diretamente em dinheiro, sem permitir um valor mais estratégico ou intangível. Ela também põe em dúvida se o investimento conduz a empresa na rota mais sustentável. Precisamos utilizar esta ferramenta de forma diferente com a finalidade de mudar para opções de investimento de baixo carbono.
Otimizações inteligentes para dois processos internos — despesas de capital e taxas mínimas — podem ser muito benéficas. A J.M.Huber, empresa familiar que fabrica ingredientes naturais para as indústrias de alimentos e higiene pessoal e produtos usados na construção civil, desenvolveu uma abordagem holística para otimizar o capital. O diretor de sustentabilidade e o CFO trabalharam juntos com o objetivo de alterar o processo de despesas de capital levando em conta benefícios intangíveis como envolvimento da
sociedade, percepções do cliente, atração e retenção de funcionários e resiliência da empresa (por exemplo, projetos de redes solares que protegem a empresa dos choques no preço da energia de combustíveis fósseis).
As empresas poderiam fixar suas taxas mínimas mais estrategicamente e permitir que alguns investimentos fossem mais flexíveis — com forte tendência para financiar projetos com redução de carbono. Se, por exemplo, construir um edifício energeticamente eficiente — que economize dinheiro e carbono ao longo de sua vida — tem custo mais alto inicialmente ou requer mais que alguns anos para ser amortizado, ainda não é um bom investimento num ativo de 40 anos?
Outra mudança de investimento aconselhável consiste em cobrar um valor pelo carbono interno sobre as próprias operações da empresa para encorajar a redução de emissões. Mais de 1.400 organizações utilizam algum tipo de precificação interna, mas a norma é utilizar preços “sombra” sem que o dinheiro mude de mãos. A abordagem não é suficientemente forte. Os primeiros líderes como a Microsoft, Disney e LVMH cobraram valores reais de divisões ou atividades relacionadas às suas emissões. A receita proveniente dessa “taxa” é reinvestida em eficiência energética, em energia renovável ou em projetos de compensação como plantio de árvores. Todas as empresas deveriam usar essa estratégia para ajudar a financiar projetos de baixo carbono e criar uma verba para pagar os constantes impostos sobre o carbono cobrados pelo governo.
Uma estratégia mais recente é utilizar as ferramentas de financiamento como os títulos verdes, hoje um mercado de US$ 200 bilhões. Nesse sistema, os lucros com as compras de títulos tentam uma alternativa diferente, emitindo um título vinculado a um KPI que mede o desempenho da empresa em relação às Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Se a Enel não atingir a meta de aumentar a energia renovável em até 55% de sua capacidade instalada, ela pagará mais 25 pontos-base aos donos de títulos. Embora os fundos captados não estejam vinculados a um uso específico, como são com os títulos verdes convencionais, o instrumento claramente apoia a redução de emissões.
Talvez a maior mudança que uma empresa pode fazer é reavaliar onde colocar suas apostas em P&D. Numa mudança realmente radical,
a Daimler anunciou sua intenção de não mais investir na pesquisa de motores de combustão interna e de aplicar bilhões no desenvolvimento de veículos elétricos. E recentemente o CEO da Nestlé, Mark Schneider, falou em investir em proteínas vegetais, cuja pegada de carbono é muito menor que a das produzidas convencionalmente pela carne: “Cada franco suíço que gastamos no desenvolvimento do hambúrguer é uma carga para os lucros deste trimestre. No próximo ano, ou no seguinte, ele voltará para nós se fizermos bem o nosso trabalho”. Ter retornos num novo mercado de crescimento rápido dentro de um ano ou dois parece um bom negócio.
Novos modelos de negócio. De acordo com Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, o nível de redução de carbono exigido para impedir um aquecimento catastrófico — reduzir as emissões à metade em 2030 e a zero em 2050 — é assustador. Tudo o que foi discutido aqui nos fará avançar com muito mais rapidez, mas algumas mudanças fundamentais são necessárias na forma como vemos produtos, serviços e consumo. Os modelos de negócio atuais e os métodos de entrega podem nos fechar em caminhos de uso mais intensivo de material e energia. Em alguns setores, grandes emissores de carbono terão de abandonar seu negócio principal.
Veja o caso da Philips Lighting, que lançou um modelo de “luz como serviço”, no qual os consumidores pagam à empresa para instalar e gerenciar sua iluminação em vez de comprar seus próprios sistemas de iluminação. Isso foi uma reviravolta no modelo tradicional da Philips: em vez de tentar vender o maior número possível de lâmpadas, com este programa a empresa gerencia a provisão de luz da forma mais econômica imaginável, com produtos duráveis e eficientes que economizam material e consomem menos energia. Numa transformação de larga escala, a companhia de energia Ørsted — anteriormente conhecida como Danish Oil & Natural Gas — antecipou a descarbonização da economia global e começou a pivotar de seu principal negócio central há uma década. Desde então, vendeu a maior parte de seu ativo de combustíveis fósseis e tornou-se a maior construtora mundial de campos eólicos offshore. E há apenas alguns anos, a ideia de que os hambúrgueres à base de carne animal da McDonald’s e da Burguer King poderiam vir a ser de origem vegetal era absurda. Mas empresas como a Ørsted podem estar pensando estrategicamente o que a nova economia de baixo carbono significa para elas.
O PRÓXIMO NÍVEL DE AÇÃO
Não resta dúvida de que as empresas estão fazendo muito pelo clima, como cortar emissões e estabelecer metas agressivas para o carbono nas operações, cadeia de suprimentos e suas agendas de inovação. Mas não é suficiente. A ciência está se afastando de nós, e estamos perdendo a faixa de temperatura relativamente estável do planeta que nos permitiu construir nossa sociedade ao longo dos últimos 10 mil anos. Como de costume, as empresas podem acionar muitas alavancas para realmente mudar os negócios, mas muitas permanecem presas ao velho modo de pensar. Geralmente as mudanças decorrentes da ação climática são graduais. E mesmo quando estabeleceram a meta ambiciosa de mudar por completo para a energia renovável, as empresas esperaram até que cada projeto pudesse gerar dinheiro com rapidez. Agora elas precisam mobilizar todos os ativos corporativos, tangíveis e intangíveis, para enfrentar este problema compartilhado, sem precedentes, na escala que ele requer.
À medida que se tornarem uma parte esperada dos negócios, as ações climáticas da próxima geração criarão valor significativo de longo prazo. Elas ajudarão as empresas a formar conexões próximas e duradouras com os principais stakeholders, criar ambientes reguladores transparentes e consistentes que permitam práticas mais sustentáveis que reduzam os custos, e promover uma profunda inovação, mais disruptiva (ou herética, como costumo chamá-la). Acrescente o significativo valor intangível — interesse e lealdade dos funcionários, risco mais baixo na cadeia de suprimentos, resiliência, licença para trabalhar, relevância social e preparação para um futuro muito diferente — e terá um exemplo poderoso de empresa.
Já passou da hora de reconhecer que ações climáticas agressivas são necessárias se a humanidade quiser sobreviver e prosperar. As empresas e a sociedade não serão bem-sucedidas a menos que façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para combater as mudanças climáticas.
Fonte: HBR