O contentamento em ser mais um no meio da multidão, te afasta do potencial que você carrega.
Neste mesmo ano, havia prestado o vestibular para CFO (Curso de Formação de Oficiais) na UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso – o qual tinha duas fases, onde fui aprovado na primeira, porém não obtive o mesmo êxito na segunda.
Após essa frustração, ingressei no curso de Sistemas de Informação em uma universidade particular. Financeiramente, a minha família era de classe média como a maioria das famílias, onde tinham os seus perrengues, mas nunca faltou algo.
Para ajudar nas despesas da faculdade e da casa, meu primeiro emprego foi aos 18 anos de idade, logo após concluir o ensino médio em uma das melhores escolas de Cuiabá, Mato Grosso. Era vendedor em uma loja de suplementos alimentares em um shopping da capital, com carga horário de 40 horas semanais, de segunda a sábado das 10h00min às 16h00min e ainda trabalhava dois domingos no mês das 14h00min às 22h00min. “Estudei” lá por 2 anos. Digo “estudei” porque foi um lugar onde tirei grandes ensinamentos sobre vendas, logística, financeiro e técnicas de atendimento ao cliente. Vesti a camisa com muito orgulho, pois parte do profissional que sou hoje, devo muito aos empregadores da época, além da amizade ali criada com demais colaboradores.
Carlos era o nome do proprietário. Um senhor de meia idade, cabelos brancos apresentando bastante experiência de vida, muito observador e admirador das belezas naturais. Falava do passado de tempos mais jovem onde trabalhou no mercado financeiro e posteriormente logrou grande sucesso na área farmacêutica. Frequentemente ele visitava a loja para repor o estoque, conferir o caixa e acompanhar o movimento do shopping. Ficava ali apoiado ao balcão como que olhando o horizonte e expunha as suas experiências passadas. Para mim, era como assistir uma aula. Um professor ensinando ao aluno como cada ruga em seu rosto era formada ano após ano de labuta. E em vários momentos, dentre várias idas e vindas na loja, repetidas vezes ele proferia: “Não seja apenas um. De um o mundo está cheio. Seja O CARA!“
Apesar de ser um chavão popular, eu compreendia o que “professor” estava expondo. E ele sabia que isso era um ensinamento para a vida. Estava claro para todos que a minha carreira de vendedor ali era passageira, mas ainda assim a generosidade de compartilhar superava o egoísmo do protecionismo do conhecimento. Como em vários momentos essa frase foi constantemente repetida, ela passou a ser um mantra para mim. E em toda a minha curta carreira profissional, esse mantra me ajudou na superação das minhas limitações. Eu não era dos melhores vendedores, mas buscava dar atenção nos pontos de melhoria e ter um diferencial no ato da venda, conhecendo tecnicamente e utilizando os produtos. Assim também nas demais empresas as quais passei, sempre no anseio de ser um exemplo, de deixar um legado.
Você deve se destacar dos demais, assim como no futebol, seja na técnica ou na raça. Não aceite que você mesmo não se dê menos que 100% na vida pessoal ou profissional. A entrega, a força de vontade, a dedicação deve fazer parte do seu cotidiano. Só assim, você será O e não apenas mais UM!
Fonte: Portal Administradores