O capitalismo consciente é um movimento global idealizado por John Mackey, CEO da Whole Foods Market, e o consultor indiano Raj Sisodia.
As apresentações durante o lançamento da seção de San Diego (EUA) da organização Conscious Capitalism em 2015 reforçaram algo que tem se confirmado por dados há alguns anos: as empresas que praticam o “capitalismo consciente” têm um desempenho que pode ser até dez vezes superior ao das que não o praticam.
O capitalismo consciente é um movimento global idealizado por John Mackey, CEO da Whole Foods Market, e o consultor indiano Raj Sisodia. A iniciativa é uma forma de pensar sobre o capitalismo e os negócios que reflitam melhor em que estágio estamos da evolução humana, o estado do mundo atual e o potencial inato dos negócios para ter impacto positivo no planeta.
Em artigo na Harvard Business Review, Tony Schwartz, CEO da The Energy Project, já apontava algumas razões para esse desempenho muito superior dessas organizações. Segundo ele, são empresas que tratam melhor seus colaboradores, tendo como consequência fornecedores mais interessados em fazer negócios com elas e funcionários mais engajados e produtivos. Além disso, são companhias que as comunidades desejam ter por perto e com consumidores mais satisfeitos e leais. “As empresas mais conscientes dão mais, mas também obtêm muito mais em troca”, segundo Schwartz.
Segundo R. Michael Anderson, do The Executive Joy Institute, as empresas engajadas na ideia de capitalismo consciente devem seguir alguns princípios.
O primeiro deles é ter lideranças conscientes. As organizações espelham as ações e personalidades dos indivíduos que estão no alto escalão, e líderes autênticos e abertos são os que as pessoas desejam seguir. Segundo Anderson, líderes conscientes são os únicos que inspiram lealdade e desempenho de alta consistência em suas equipes.
O segundo princípio é ouvir os stakeholders e cuidar bem deles. Líderes conscientes sabem a importância de levar em conta a opinião de todos os seus colaboradores. “Não é possível tornar-se uma marca premium considerando apenas a opinião dos acionistas”, afirma Anderson. “Os fatores realmente importantes para o sucesso do negócio no longo prazo são os empregados e os consumidores, assim como os vendedores e a comunidade – se a empresa cuidar bem deles, eles cuidarão bem da empresa também.”
Ter uma cultura consciente é o terceiro fator. Uma cultura baseada em valores está intencionalmente voltada a como as pessoas agem e desempenham suas funções. “Quando a cultura não está definida ou enfatizada, os colaboradores remam em direções diferentes”, afirma Anderson.
O quarto princípio é ter propósitos elevados. A organização deve estar em um negócio para fazer mais do que apenas ganhar dinheiro. “Grandes líderes percebem que, para ter sucesso duradouro, eles devem oferecer valores verdadeiros”, segundo Anderson. Isso inspira as pessoas e uma organização deve buscar esses propósitos que sejam altamente inspiradores.
Segundo Anderson, muitos gestores já estão vivenciando esses princípios sem perceber. “Esses princípios não são apenas as coisas certas a fazer, mas também as mais lucrativas.”
Nota do editor: Raj Sisodia, cofundador do movimento global capitalismo consciente, estará no Fórum HSM de Liderança e Alta Performance